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terça-feira, 25 de agosto de 2009

OMG News: Polícia detém padre acusado de atropelar dois motociclistas

Padre Donizeti Bianchi deixa a
delegacia após depoimento

Giseli Marchiote

O padre Aparecido Donizete Bianchi, 51 anos, pároco da Catedral de Rio Preto, foi detido no final da tarde de ontem por policiais civis e populares acusado de ter atropelado dois motociclistas e fugido sem prestar socorro às vítimas. Testemunhas afirmam que o padre dirigia sob efeito de álcool. No Golf onde estavam o pároco e outros dois homens foram apreendidas seis latas de cerveja vazias. Os três prestaram depoimento e foram liberados no início da noite de ontem. O atropelamento aconteceu por volta das 17h30 na avenida Potirendaba, esquina com a rua Acre, no bairro Santa Catarina, em Rio Preto. O pedreiro Devair Almeida Ribeiro, 24 anos, e o auxiliar de serviços gerais André Luiz Jesus, 28 anos, seguiam cada um em uma motocicleta pela avenida Potirendaba - sentido Centro-bairro - quando foram atingidos pelo Golf.

“Ele avançou o sinal de Pare em alta velocidade. Não tive nem tempo de desviar. Quando vi, o carro já estava arrastando uma moto e eu fui para o asfalto”, diz Jesus. Ele teve ferimentos leves e compareceu ao 5º Distrito Policial, onde a ocorrência foi registrada, para prestar depoimento.
Ribeiro foi socorrido e encaminhado ao Hospital de Base (HB) com fratura na perna. No início da noite de ontem, ele passava por exames e estava em observação no setor de ortopedia, de acordo com a assessoria de imprensa do hospital.
Padre Donizete dentro do 5º DP,
onde prestou depoimento
e foi liberado

O porteiro Paulo Francisco Oliveira, 42 anos, quase foi atingido pelo veículo. Ele também estava na avenida Potirendaba, mas transitava de moto no sentido bairro-Centro. “Eu consegui desviar e não fui atingido. O carro arrastava uma moto. Ele andou alguns metros e parou. Pensei que o motorista ia descer para prestar socorro, mas ele deu ré e saiu em alta velocidade sem o para-choque”, diz o porteiro. “Fui atrás dele. Não poderia deixar que fugisse. Se tivesse 20 motos passando na avenida naquela hora, os 20 motociclistas ficariam feridos.”

Oliveira foi atrás do Golf, que seguia sentido rodovia Washington Luís. O gerente de logística Ademir Faustino Oliveira também seguiu o veículo. No momento em que o carro passou em frente ao 5º Distrito Policial, o porteiro pediu ajuda aos policiais. O Golf foi apreendido a duas quadras da delegacia. Além do padre, no interior do carro estavam João Rafael Lacerda Gonçalves e Éder Lucio Nordini. “O padre desceu do carro cambaleando. Dava para ver que ele tinha bebido”, diz Oliveira.

André Luiz Jesus, um dos atropelados,
em frente ao carro do padre

Na delegacia, o pároco se negou a fazer o teste do bafômetro e o retirar sangue para verificar o nível de álcool. Um médico-perito foi acionado para comprovar o estado de embriaguez de Bianchi. O resultado do exame não foi divulgado. Ao delegado João Lafayete Sanches Fernandes, o padre negou que estivesse dirigindo o veículo no momento do acidente e que estivesse embriagado. Aos policiais que o detiveram, ele disse que as latas de cerveja tinham sido “plantadas” em seu carro.

“Não podemos obrigá-lo a fazer exame para verificar o nível alcoólico no sangue. Ninguém pode produzir prova contra si mesmo”, diz o delegado. “O caso será investigado por meio de um inquérito policial e depois será remetido ao Fórum.” De acordo com Lafayete, Bianchi poderá responder na Justiça pelos crimes de embriaguez ao volante, lesão corporal culposa, omissão de socorro e fuga do local do acidente. A advogada do padre, Carmem Leão Cury, não quis comentar o caso.

Latas de cerveja que, segundo a
polícia, estavam dentro do carro

Religioso é reincidente

Esta não é a primeira vez que o padre Aparecido Donizete Bianchi se envolve em uma ocorrência policial. Ele já foi condenado pela Justiça de Rio Preto a dois anos e seis meses de prisão por dirigir embriagado, desacatar policiais e por corrupção ativa. A sentença da Justiça de Rio Preto foi confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. No entanto, por ser réu primário e não ter antecedentes criminais, a pena de prisão foi substituída por pagamento de R$ 500 à uma instituição de caridade e R$ 138,33 de multa, que será paga à Justiça. A substituição da pena por serviços comunitários ou multa está previsto no Código Penal Brasileiro para condenações inferiores a quatro anos.

A condenação se deve a um episódio ocorrido no dia 26 de dezembro de 2006 quando, segundo o Ministério Público, o padre foi flagrado por policiais militares dirigindo embriagado ao entrar no Calçadão de Rio Preto. Ao ser abordado, o pároco desacatou e tentou subornar policiais militares para ser liberado. A reportagem tentou falar com o bispo de Rio Preto, Dom Paulo Mendes Peixoto, sobre o atropelamento o qual padre Donizete é acusado de ter provocado, mas ele não atendeu às ligações feitas no início da noite de ontem em seu celular.
Fotos: Thomaz Vita Neto
Fonte: Diario da Região

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